A ilha do Medo está localizada a noroeste da ilha de São Luís, distando 6.380m da Praia Grande, em linha reta. Esta é mais uma das várias ilhas que compõem o arquipélago do Golfão Maranhense.
É uma ilha continental de erosão, separada da ilha de São Luís devido à erosão causada pela corrente provocada pela amplitude da Maré. Faz parte da mesma formação de Alcântara, que representa o intervalo geológico que vai do Albiano ao Cenomaniano (aproximadamente 95 a 105 milhões de anos). As rochas que afloram na ilha do Medo são as mesmas que ocorrem nas ilhas de São Luís, ilha do Cajual e Alcântara.
O seu litoral é composto por mangues, sizais , vegetação de praias e observa-se também alguns vegetais arbustivos próprios da área coma a palmeira de Babaçu e outros. A vegetação muda à proporção que a topografia se eleva; o solo argiloso transforma-se em areno-argiloso, para logo depois, no topo da ilha, tornar-se totalmente arenoso. Ocorre também arenito, em sua maioria, marinhos, principalmente na parte sul, norte e nordeste da ilha, formando praias.
No topo da ilha, há presença de mata fechada, com inúmeros babaçuais que se propagam por toda a sua extensão; presença também de árvores frondosas e variadas, entre capoeira e capoeirões.
Com relação à fauna podemos encontrar espécies como tatu, paca, bem-te-vis, sabiás, dentre outras e espécies típicas de regiões de mangue como insetos, peixes, moluscos, crustáceos (camarão, caranguejo, siri) e aves como garças , guarás, dentre outros . A maioria dessas espécies serve de alimento e renda para a própria população.
Há presença também de fosseis e pegadas de Saurópodes e Terópodes. A ilha é visitada principalmente por pesquisadores, biólogos, geólogos, universitários e pessoas que procuram novas alternativas. Na verdade a ilha é um pedaço de terra ainda inexplorado pelas agências de turismo.
Histórico - De acordo com os relatos do senhor José dos Reis, um dos moradores mais antigos da ilha do Medo, o local começou a ser habitado pela família do senhor Raimundo Nonato Santos Alves, 56 anos que já habita a ilha há mais de 40 anos.
José do Reis, juntamente com sua família, vieram do município de São João Batista e acabaram chegando à ilha do medo, onde deram início ao povoamento junto com a família do seu Raimundo Nonato Santos Alves. Atualmente moram duas famílias no local, em residências diferentes, uma de José Reis e outra que pertence ao seu irmão.
As principais atividades desenvolvidas pela comunidade são a pesca, a agricultura de subsistência e a extração de babaçu.
Acesso - O acesso à ilha se dá por via marítima, através de embarcações rústicas como jangadas, canoas, igarités, catamarãs, etc. O ponto de saída é realizado a partir da Ponta da Espera ou partindo da rampa Campos Melo (terminal Hidroviário).
O tempo de travessia de São Luís para a Ilha do Medo é de dez minutos, se esta for feita da ponta da Espera é menos de 30 minutos partindo do terminal Hidroviário.
Serviços Existentes - Por se tratar de um local ainda pouco povoado, a Ilha do Medo é bastante carente de infra-estrutura básica, sendo esta quase inexistente, o que dificulta seu acesso e a estadia de seus visitantes, bem como a sobrevivência de seus próprios moradores.
Inexistem serviços básicos como água encanada, rede de esgoto e energia elétrica. As casas dos moradores são bem humildes, porém estes são muito acolhedores e receptivos com os visitantes. A falta dos serviços é suprida, na medida do possível, por outros meios. Exemplificando: a inexistência de água encanada é substituída pelo abastecimento de poços e pequenas fontes de água originadas das formações rochosas existentes no lugar.
Apesar da inexistência dos serviços de infra-estrutura básica que dificulta o desenvolvimento e a exploração turística na Ilha do Medo, este fator não pode ser considerado tão relevante, pois o tipo de turista que visita a ilha, presume-se, já saber da falta de tais serviços e não estará preocupado com estrutura, nem conforto, já que na maioria das vezes são ecoturistas que procuram o local com o objetivo de contemplação da natureza e também para prática de acampamentos, aproveitando a tranqüilidade do lugar.